sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ceará lidera a criação de emprego formal no Nordeste

Puxado por um bom resultado da indústria, Estado obteve o melhor saldo de vagas desde setembro de 2011
Após uma sucessão de resultados tímidos, o mercado de trabalho formal cearense reagiu, em julho, conseguindo a maior marca do Nordeste. O saldo do emprego (diferença entre o número de profissionais contratados e demitidos) ficou em 6.695 no mês passado, bastante acima de todos os estados da região. Para se ter uma ideia, o segundo lugar foi o Maranhão, com 3.400, pouco mais que a metade. O desempenho do Estado na criação de oportunidades ainda foi o melhor desde setembro do ano passado, quando fechara em 8.604.
egmento industrial de calçados teve a maior contribuição para o mercado de trabalho cearense em julho, com mais de 1.900 postos FOTO: SILVANA TARELHO111

Nacionalmente, o Ceará se posicionou em 5º, superado por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pará. No acumulado do ano, o saldo soma 17,8 mil empregos. Em 12 meses, chega a 43 mil novas vagas.

Os dados estão compilados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados, ontem, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Em prol da recuperação, foi preponderante a evolução do emprego na indústria de transformação. Este setor vinha amargando resultados baixos e influenciando negativamente os números do Estado e também do Brasil. Em julho, no entanto, somou 3.207 postos gerados, resultantes de 10.428 admissões e 7.221 desligamentos no Ceará. Com esses novos trabalhadores contabilizados, a indústria se apresentou como o segmento mais forte no mês passado, acima, inclusive, do setor de serviços, que, nos últimos meses, mantinha-se na ponta.

Impulso
indústria de calçados se sobressaiu, garantindo mais de 1.900 novos postos (3.390 contratações contra 1.481 desligamentos). Já têxtil e vestuário contribuíram com 924 de saldo. Outros ramos da indústria que geraram vagas foram a de produtos alimentícios (254), de móveis (74) e couros (39).

O setor de serviços, por sua vez, registrou 2.064 empregos formais gerados no saldo. Foi o que mais contratou (um total de 15.478), mas também o que apresentou a maior quantidade de demissões (13.414).

De acordo com o Caged, o comércio cearense absorveu 775 profissionais. Já a agropecuária foi responsável por um saldo positivo de 542 pessoas, enquanto a administração pública assinalou 279.

Contramão
Os principais efeitos negativos vieram da construção civil, que mais demitiu do que contratou em julho (-134).

Das 6.695 vagas de saldo no Estado, 3.008 foram geradas em Fortaleza: destaque para serviços (1.652) e indústria (954). De janeiro a julho, a cidade acumula 13.161 postos criados. Em 12 meses, são 43,6 mil.

No País, geração tem salto de 18%

Brasília.
 O Brasil criou 142.496 empregos com carteira assinada em julho, 18,31% a mais do que o total gerado no mês anterior (120.440). O saldo positivo foi resultado de 1.753.241 admissões e 1.610.745 demissões. Um ano antes, haviam sido gerados 140.563 novos empregos, de acordo com o MTE. O crescimento na comparação anual foi de 1,38%. Todos os setores criaram vagas no mês passado.

No setor de serviços, foram 39.060 postos de trabalho com carteira assinada criados; na construção civil, foram 25.433 vagas formais criadas; na indústria de transformação, foram 24.718 vagas; e em agricultura, foram 23.951 postos de trabalho com carteira assinada.

Destaques

Os destaques em criação de vagas foram os segmentos de indústria extrativa mineral, com 1.717 postos de trabalho formais criados, e serviços industriais de utilidade pública, com 3.161 vagas criadas.

Nesta manhã, o ministro da pasta, Brizola Neto, antecipou que o resultado seria positivo ao afirmar que o mercado de trabalho já estava respondendo melhor aos estímulos do governo, sobretudo nos setores beneficiados por desonerações.

"O mês de julho já respondeu melhor à geração de empregos. No mês passado, superamos a criação de empregos em relação ao ano passado", disse.

Cautela
O diretor do departamento de Emprego e Salários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Rodolfo Torelly, disse nesta quinta-feira que o resultado da criação de empregos formais no mês de julho, de 142.496 postos, foi positiva. "É um bom resultado, mas ainda é cedo para dizer que se trata de uma recuperação.

O diretor salientou que a geração de empregos em julho foi melhor do que em junho e também ficou acima do resultado de igual mês do ano passado. "Todos os Estados, regiões e setores foram positivos", comemorou.

Segundo ele, a geração de emprego no mês passado ficou próxima da média mensal para julho feita a partir de 2003, de 144.674, sem ajuste. "O dado de julho causou surpresa. Esperávamos criação de 100 mil a 120 mil vagas no máximo", disse. Torelly enfatizou que os resultados do 1º semestre sempre foram positivos em termos de geração de emprego. "É um bom resultado. Não podemos dizer que é o início da recuperação, mas há vários fatores positivos", disse. Um dos sinais, segundo ele, é que o resultado do mês de julho costuma ser pior do que o de junho e, desta vez, houve uma inversão.

VICTOR XIMENESREPÓRTER 
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